Abuso em treinamento militar será enquadrado como crime
Instrutor militar que abusar de seu poder durante o treinamento das tropas passará a responder por "crime doloso ou culposo", conforme for apurado em investigação submetida ao controle externo do Ministério Público Militar ou realizado pelo próprio MPM. O alerta é da procuradora-geral de Justiça Militar, Cláudia Márcia Ramalho Moreira Luz, e está em carta entregue pessoalmente por ela nesta semana ao comandante da Força Área, brigadeiro Juniti Saito.
Até o fim do mês, os comandantes do Exército, general Enzo Peri, e da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto receberão cartas semelhantes. Terão o mesmo tom da destinada a Saito e serão entregues pessoalmente em audiência específica para este fim. Com elas, o MPM quer colocar no passado episódios lamentáveis, como o ocorrido há dois anos no Rio, quando recrutas foram agredidos com tapas, choques elétricos, chutes, socos e golpes de madeira durante treinamento no 1º Pelotão de Instrução do Centro de Operações Especiais do Exército, na Zona Norte.
A intenção da procuradora com a carta não é afrouxar o rigor dos treinamentos que devem continuar a ser de "alto grau de exigência". A proposta é, porém, banir ações não previstas, trotes e maus tratos que não estejam em planos de disciplinas, currículos e programas aprovados pelo escalão superior.
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